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Diferenças de ordem política, epistemológica, metodológica e de atuação e regulação no campo do urbanismo ganham relevo nas últimas décadas, especialmente a partir das formas de sua inserção na vida pública, coletiva e comum como um todo. Quer seja na elaboração de políticas urbanas e nas interlocuções e embates entre academia, comunidades, governos e mercado, quer seja nos projetos implementados, o urbanismo, ao mesmo tempo em que assume centralidade na definição de perspectivas para as cidades, também vem sendo sistematicamente empobrecido em suas complexas dimensões constitutivas.
 

A formação de quadros com capacidade de atuação para além de fronteiras nacionais, associada à intensificação da mobilidade de profissionais e acadêmicos – assim como de empresas e de lógicas de acumulação –, aceleram o processo de circulação, reinvenção ou amortecimento de ideias, acentuando a possibilidade de trocas de experiências e de comparações em escalas e perspectivas distintas.
 

Este processo foi acompanhado, em determinados contextos nacionais, por novos arranjos de formação profissional e por transformações significativas na constituição do próprio campo, na ampliação do repertório de instrumentos e nas ressignificações do plano e do projeto. A Universidade pode aí assumir um lugar central, ativando e expandindo o compromisso do urbanismo com a ação democrática e cidadã, desdobrada em justiça espacial, pluralidade de horizontes e bem viver.
 

A formalização da regulação profissional dos urbanistas no país, vinculada aos cursos de Arquitetura e Urbanismo, mesmo que somada à corajosa inovação trazida pelo curso de Urbanismo na UNEB desde meados dos anos 1990, não alcança a complexidade de um campo formado historicamente na interseção com outras disciplinas. Em sua autonomia relativa, ele necessariamente dialoga com Planejamento Urbano e Regional, Direito, Paisagismo, Geografia, Sociologia e Economia Urbanas, Estatística, Demografia, História, Antropologia, Artes e Cultura, dentre outras, seja na academia, nas discussões profissionais e nas esferas de governo, seja quando ampliado pelos inspiradores urbanismos concebidos e praticados popularmente, com mediação restrita do Estado ou do mercado institucionalizado.
 

A comemoração dos 60 anos da Faculdade de Arquitetura da UFBA é ensejo para que esta edição dos Seminários Urbanismo na Bahia, o urbBA [19], traga questões em torno do ensino de Urbanismo, sendo o campo entendido como lugar de produção de conhecimento e de intervenção crítica, propositiva e comum sobre a cidade e o território.

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